Patologias

TA – Transtorno Específico da Aprendizagem

O transtorno específico da aprendizagem (TA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, com início nos primeiros anos da infância, que impede a aprendizagem e/ou o uso de habilidades acadêmicas específicas, como leitura, escrita ou matemática, que servem de base fundamental para o aprendizado.

O número de pessoas identificadas como portadores de alguma dificuldade de aprendizado é extremamente variável e depende de vários fatores, podendo atingir até cerca de 7% da população em idade escolar, em países desenvolvidos. No Brasil, por sua vez, estima-se que esse número seja ainda maior.

A etiologia dos transtornos de aprendizagem é multifatorial, envolvendo múltiplos genes e provavelmente fatores ambientais.

O reconhecimento dos transtornos de aprendizagem geralmente ocorre durante o ensino fundamental, quando as crianças estão diante da necessidade de aprender as habilidades acadêmicas básicas. No entanto, sinais precoces podem estar presentes já na pré-escola, quando a criança não se mostra capaz de aprender o nome das letras, fazer rimas ou contar objetos. Esse grupo de transtornos engloba basicamente a dislexia, a disgrafia e a discalculia.

A dislexia afeta entre 5% e 17,5% das crianças em idade escolar e é clinicamente caracterizada por dificuldade na aquisição de habilidades de leitura básica, como precisão, velocidade e/ou fluência e compreensão da leitura.

A disgrafia, por sua vez, é um transtorno que afeta a elaboração da escrita e pode ser causada por múltiplos fatores, manifestando-se por traçado de letra ininteligível, escrita lenta, preensão muito forte, mistura de letras maiúsculas e minúsculas, assim como outras características.

Já a discalculia afeta a aquisição e o desenvolvimento de habilidades aritméticas. Pode ser marcada por dificuldade em estimar, julgar magnitude, representar números, realizar as operações matemáticas básicas, entre outros.

O diagnóstico é clínico, e os transtornos podem ainda ser especificados de acordo com a dificuldade apresentada, ou seja, com prejuízo na leitura, escrita e/ou matemática.

Como diagnostico diferencial, temos os transtornos responsáveis por baixo rendimento escolar, como deficiência visual ou auditiva, deficiência intelectual, transtornos genéticos, neurológicos, psiquiátricos, privação ou negligência psicossocial, absenteísmo escola excessivo e instrução acadêmica insatisfatória.

Outro ponto importante é a possibilidade da presença de condições comórbidas aos transtornos de aprendizagem, como a Síndrome de Tourrette, esquizofrenia, epilepsia e, especialmente, o TDAH, que devem ser considerados e investigados devidamente.

Uma vez feito o diagnostico, o tratamento a ser instituído deve ser individualizado e baseia-se na gravidade do quadro, assim como nas possíveis comorbidades, abrangendo desde sessões de terapias até tratamento farmacológico direcionado. Quanto mais precoce o diagnóstico e a intervenção terapêutica, maior a chance de obter sucesso acadêmico e na vida adulta.

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